Justiça francesa solicita informações sobre ataque jihadista em Moçambique envolvendo TotalEnergies e centenas de mortos.

A Justiça francesa está analisando um processo por homicídio involuntário e omissão de socorro contra a empresa TotalEnergies em relação a um ataque jihadista ocorrido em Moçambique em 2021, que resultou em centenas de mortes. As autoridades do Ministério Público de Nanterre, nos arredores de Paris, pediram mais informações antes de tomar uma decisão sobre o caso.

O ataque em Palma, no norte de Moçambique, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e provocou um número ainda desconhecido de vítimas fatais entre a população local e os subcontratados da TotalEnergies. Segundo relatos, algumas vítimas foram decapitadas durante o violento episódio.

Os denunciantes alegam que a TotalEnergies não tomou as medidas necessárias para proteger seus subcontratados e fornecer combustível para a evacuação de civis através de helicópteros após o ataque dos jihadistas. A empresa, por sua vez, nega as acusações, afirmando que mobilizou recursos para evacuar mais de 2.500 pessoas das instalações de Afungi, próximo a Palma.

Após o ataque, as autoridades de Maputo registraram trinta vítimas, no entanto, uma investigação independente aponta para um número muito maior de 1.402 civis mortos ou desaparecidos, incluindo 55 subcontratantes. O incidente levou à suspensão de um projeto de grande porte no valor de 20 bilhões de dólares.

A Justiça francesa aguarda mais informações para decidir sobre o seguimento do processo contra a TotalEnergies, envolvendo um dos episódios mais trágicos ligados a empresas multinacionais em contextos de conflitos. A gigante do petróleo enfrenta acusações graves de negligência que resultaram em consequências desastrosas para as vidas humanas envolvidas.

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