A maioria dos casos de Alzheimer hoje não possui uma causa claramente identificada, o que torna essa nova classificação um avanço significativo, possibilitando o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados, incluindo terapias genéticas. Além disso, essa mudança na forma de classificar a doença permitiria que um grande número de pessoas nos Estados Unidos recebessem um diagnóstico precoce de Alzheimer, mesmo antes de apresentarem sintomas.
A proposta dos cientistas envolve uma variante genética chamada APOE4, que está relacionada a um maior risco de desenvolver Alzheimer. O estudo, publicado na revista Nature Medicine, revelou que pacientes com duas cópias do APOE4 têm praticamente garantia de desenvolver a doença. Esses pacientes também tendem a apresentar sintomas mais precocemente do que outros casos de Alzheimer.
Especialistas destacaram que essa nova abordagem poderia impulsionar o desenvolvimento de medicamentos específicos e seguros para pacientes com duas cópias do APOE4. Além disso, alguns pesquisadores estão explorando a edição genética para transformar a APOE4 em uma variante protetora, a APOE2.
Apesar dos avanços, o estudo também apresenta limitações, como a falta de diversidade nos dados analisados. É destacado que o risco de Alzheimer associado a duas cópias do APOE4 pode variar entre diferentes grupos étnicos, levantando questões importantes sobre a ancestralidade e o risco genético da doença.
No geral, a proposta dos cientistas abre portas para novas abordagens terapêuticas e mostra a importância de entender a base genética por trás de doenças como o Alzheimer. Ainda é necessário realizar mais pesquisas para aprofundar o conhecimento nessa área e desenvolver tratamentos eficazes que possam beneficiar os pacientes afetados por essa condição.