Nova classificação genética do Alzheimer amplia escopo de tratamentos e diagnósticos precoces, revela estudo publicado hoje na revista Nature Medicine.

Cientistas propõem uma nova abordagem para entender a genética por trás do Alzheimer, revelando que uma parcela significativa dos pacientes pode ter uma forma da doença com origem genética. Essa proposta, divulgada em um estudo recente, sugere que até 20% dos casos de Alzheimer podem ser rastreados até uma causa genética especifica.

A maioria dos casos de Alzheimer hoje não possui uma causa claramente identificada, o que torna essa nova classificação um avanço significativo, possibilitando o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados, incluindo terapias genéticas. Além disso, essa mudança na forma de classificar a doença permitiria que um grande número de pessoas nos Estados Unidos recebessem um diagnóstico precoce de Alzheimer, mesmo antes de apresentarem sintomas.

A proposta dos cientistas envolve uma variante genética chamada APOE4, que está relacionada a um maior risco de desenvolver Alzheimer. O estudo, publicado na revista Nature Medicine, revelou que pacientes com duas cópias do APOE4 têm praticamente garantia de desenvolver a doença. Esses pacientes também tendem a apresentar sintomas mais precocemente do que outros casos de Alzheimer.

Especialistas destacaram que essa nova abordagem poderia impulsionar o desenvolvimento de medicamentos específicos e seguros para pacientes com duas cópias do APOE4. Além disso, alguns pesquisadores estão explorando a edição genética para transformar a APOE4 em uma variante protetora, a APOE2.

Apesar dos avanços, o estudo também apresenta limitações, como a falta de diversidade nos dados analisados. É destacado que o risco de Alzheimer associado a duas cópias do APOE4 pode variar entre diferentes grupos étnicos, levantando questões importantes sobre a ancestralidade e o risco genético da doença.

No geral, a proposta dos cientistas abre portas para novas abordagens terapêuticas e mostra a importância de entender a base genética por trás de doenças como o Alzheimer. Ainda é necessário realizar mais pesquisas para aprofundar o conhecimento nessa área e desenvolver tratamentos eficazes que possam beneficiar os pacientes afetados por essa condição.

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