Alimentos ultraprocessados estão associados a 42% mais sintomas depressivos, revela estudo da USP financiado pela Fapesp.

Em um novo estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens / USP), os alimentos ultraprocessados foram associados a um risco 42% maior de sintomas depressivos. Esses alimentos, amplamente consumidos pela população brasileira e mundial, foram classificados como prejudiciais à saúde mental.

A pesquisa utilizou dados do Estudo NutriNet Brasil, que analisa padrões alimentares e a saúde de milhares de brasileiros desde 2020. Foram selecionados 15.960 adultos sem diagnóstico ou sintomas de depressão no início do estudo, e ao longo do acompanhamento foram realizados questionários a cada seis meses para avaliar a alimentação e a saúde dos participantes.

Os resultados mostraram que os participantes que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham uma incidência 42% maior de sintomas depressivos em comparação com aqueles que consumiam menos desses alimentos. Além disso, foi observado um aumento gradual de 10% nos sintomas depressivos a cada 10% de alimentos ultraprocessados adicionados à dieta.

O pesquisador André Werneck, responsável pelo estudo, explicou que a associação entre alimentos ultraprocessados e sintomas depressivos foi independente do perfil nutricional da dieta. Mesmo quando a ingestão de frutas, verduras e legumes era semelhante entre os grupos, o consumo de alimentos ultraprocessados continuou sendo um fator de risco para problemas de saúde mental.

O estudo também apontou que adultos com menor nível de escolaridade e renda são os que mais consomem alimentos ultraprocessados. Esses indivíduos também tendem a consumir menos alimentos saudáveis, praticar menos atividade física e apresentar mais doenças.

Esses resultados reforçam a importância de uma alimentação equilibrada e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados para a promoção da saúde mental. A pesquisa alerta para os impactos negativos desses alimentos na saúde e destaca a necessidade de conscientização sobre os riscos associados ao seu consumo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo