Discussão sobre fechamento de hospitais psiquiátricos causa impasse na sociedade, aponta Comissão de Segurança Pública em audiência do CNJ.

Na última terça-feira (7), a Comissão de Segurança Pública (CSP) foi palco de intensos debates acerca da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que estabelece a política antimanicomial do Poder Judiciário. A Resolução CNJ 487/2023 determina o fechamento dos hospitais psiquiátricos de custódia até maio deste ano, com a transferência dos pacientes para hospitais gerais, centros de atenção psicossocial e serviços residenciais terapêuticos.

O senador Sergio Moro, do partido União-PR, foi o responsável por requerer a audiência que discutiu os desdobramentos e implicações dessa medida. Moro ressaltou que a resolução tem provocado impasses e gerado divergências tanto na sociedade quanto nos órgãos governamentais.

A decisão de encerrar os hospitais psiquiátricos de custódia representa um marco na história da saúde mental no país. A proposta de transferir os pacientes para espaços mais humanizados, como hospitais gerais, centros de atenção psicossocial e serviços residenciais terapêuticos, visa garantir uma abordagem mais integrada e menos segregadora no tratamento de pessoas com transtornos mentais.

Durante a audiência na CSP, diversos especialistas e representantes de entidades ligadas à saúde mental apresentaram suas análises e argumentos a favor e contra a resolução do CNJ. As discussões foram acaloradas e evidenciaram a complexidade do tema, que envolve não apenas questões de saúde, mas também de direitos humanos e justiça social.

É importante destacar que a implementação da política antimanicomial do Poder Judiciário exigirá um esforço conjunto de diversos atores, incluindo poder público, instituições de saúde e sociedade civil. O debate continuará em pauta nos próximos meses, à medida que a data limite estabelecida pela resolução do CNJ se aproxima.

Diante dos desafios e das controvérsias envolvendo a resolução, cabe às autoridades e à sociedade como um todo buscar soluções que garantam o respeito aos direitos e a dignidade das pessoas em sofrimento psíquico. A discussão na CSP foi apenas o primeiro passo de um longo caminho a ser percorrido em busca de uma política de saúde mental mais inclusiva e humanizada.

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