Ex-advogado da PDVSA e diretor financeiro da Eletricidade de Caracas recebeu US$ 19 milhões de esquema de saque de US$ 2 bilhões da estatal venezuelana.

O escândalo de corrupção envolvendo o ex-advogado da PDVSA e diretor financeiro da Eletricidade de Caracas, Luis Carlos de León Pérez, veio à tona com a descoberta de um esquema que teria desviado cerca de US$ 2 bilhões da estatal venezuelana de energia.

De acordo com um relatório da Unidade de Inteligência Financeira de Andorra, obtido pelo EL PAÍS, De León teria recebido US$ 19 milhões provenientes desse esquema. Para ocultar o rastro do dinheiro, o ex-advogado teria utilizado uma rede corporativa complexa com conexões no Panamá, Suíça e Andorra, onde sua esposa, Andreina Gámez Rodríguez, também estaria envolvida.

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O casal teria canalizado US$ 25 milhões e investido em propriedades de luxo, incluindo uma mansão em Caracas e quatro imóveis em Madri. Além disso, teriam realizado transações em empresas de fachada e contas herméticas em Andorra, a fim de justificar transferências milionárias sem atividades reais.

O esquema contava com a participação de aproximadamente 30 ex-funcionários da PDVSA e líderes chavistas, com destaque para Nervis Villalobos e Javier Alvarado, ex-vice-ministros de energia do governo de Hugo Chávez. Eles teriam recebido comissões ilegais de empresários, principalmente chineses, que obtinham contratos públicos da empresa de energia e suas subsidiárias.

As transações suspeitas incluíam contratos verbais e transferências para empresas de fachada no Panamá. Villalobos, por exemplo, teria assinado um contrato com a empresa de De León para justificar a transferência de US$ 5,5 milhões. Além disso, teria quitado uma dívida de US$ 8 milhões por meio de outra empresa sem atividade.

Enquanto os envolvidos tentavam ocultar o dinheiro em contas internacionais, a investigação revelou um império de propriedades na Espanha que envolviam De León e sua esposa. O casal teria adquirido diversas residências de alto padrão em Madri, além de um contrato de opção de compra para uma mansão na Venezuela.

Diante das acusações, De León e outros envolvidos enfrentam processos judiciais em Andorra e nos Estados Unidos. O ex-advogado foi condenado por violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior e preso em Madri. As investigações continuam para desvendar toda a extensão do esquema de corrupção que abalou a estatal de energia venezuelana.

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