Em uma mensagem transmitida pelas redes sociais para dezenas de procuradores, Porras classificou as ações do presidente como “espúrias, maliciosas e antidemocráticas”. Ela ainda desafiou Arévalo a se dedicar à governança e parar de culpar o Ministério Público pelos problemas do país.
A relação entre a procuradora-geral e o presidente da Guatemala ficou ainda mais tensa quando Arévalo entregou pessoalmente ao Congresso um projeto de reforma para facilitar a remoção de Porras do cargo, uma vez que ele não possui poderes legais para fazê-lo. Porras afirmou que continuará sendo um “obstáculo para todos aqueles que atentam contra a democracia”, reforçando sua decisão de concluir seu mandato, que vai até 2026.
A procuradora, que enfrenta sanções dos Estados Unidos e da União Europeia por alegações de corrupção, colocou em xeque a transição presidencial ao tomar medidas judiciais contra a eleição de Arévalo e seu partido Semilla em 2023. Ela destacou que o partido de Arévalo está sob investigação por supostas irregularidades em sua constituição em 2017.
Apesar das expectativas em relação à sua renúncia, Porras reafirmou sua determinação em permanecer no cargo e enfrentar qualquer tentativa de removê-la. A controvérsia entre a procuradora-geral e o presidente da Guatemala promete continuar a gerar repercussões no cenário político do país.