Segundo o senador Jorge Seif (PL-SC), que presidiu o debate, a destinação adequada dos resíduos sólidos é fundamental para evitar a poluição do meio ambiente e dos recursos hídricos. Ele ressaltou a urgência em buscar alternativas para lidar com o lixo produzido, destacando que muitas cidades já cobram taxas de lixo e que é preciso buscar soluções inspiradas em práticas adotadas em outros países.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), instituído pelo Decreto 11.043 de 2022, é um dos instrumentos fundamentais para orientar as ações nesse sentido. O presidente-executivo da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke Almeida Belchior Tisi, defendeu soluções tecnológicas sustentáveis para valorização de resíduos, destacando a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da recuperação energética.
O Brasil gera cerca de 156,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia, sendo que apenas 18,35 milhões recebem tratamento. A diretora de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Karina Araújo Sousa, apontou os desafios do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, incluindo a necessidade de buscar fontes elétricas mais baratas e a expansão da cogeração de calor.
A questão dos resíduos sólidos tem impacto direto no aquecimento global e nos eventos climáticos extremos, como destacou o secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Adalberto Felício Maluf Filho. Ele ressaltou a importância da transformação ecológica da economia e da promoção da economia circular como alternativas para mitigar os impactos ambientais.
Em meio a essas discussões, ficou evidente a importância da reciclagem e da consolidação da logística reversa como formas de garantir a gestão adequada dos resíduos sólidos e contribuir para a preservação do meio ambiente. A conscientização e o engajamento de todos os setores da sociedade são fundamentais para promover uma mudança efetiva em direção a práticas mais sustentáveis e responsáveis. O caminho para um futuro mais limpo e equilibrado passa necessariamente pela adoção de medidas que visem a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos, em consonância com os princípios da economia sustentável.