A coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município de Lajeado, Juliana Demarchi, alerta para a importância do uso de equipamentos de proteção adequados durante a limpeza de casas e comércios afetados pelas enchentes. Além disso, é essencial evitar ficar com mãos e pés molhados por longos períodos, pois a lama úmida pode manter as bactérias vivas e contaminar as pessoas que têm contato com ela.
Apesar de não ter havido um aumento expressivo de casos de leptospirose durante as cheias anteriores na cidade de Lajeado, a expectativa é que isso possa mudar após a última enchente, devido à magnitude da situação atual. A leptospirose apresenta sintomas variados, desde febre até insuficiência renal, e o tratamento deve ser iniciado precocemente para evitar complicações.
Além da leptospirose, há também o risco de tétano e hepatite A em decorrência das enchentes. Cortes e ferimentos causados durante o contato com objetos contaminados podem facilitar a entrada da bactéria causadora do tétano. Por isso, é fundamental manter o esquema vacinal atualizado e buscar atendimento médico em caso de acidentes. Já a hepatite A, transmitida principalmente por alimentos contaminados, requer cuidados especiais, como evitar consumir alimentos em contato com água de enchente.
A Sociedade Brasileira de Infectologia e a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul recomendam o uso de quimioprofilaxia em casos de alta exposição à água de enchente e também alertam para o risco de acidentes com animais peçonhentos durante enchentes. Portanto, é essencial buscar atendimento médico imediato em caso de suspeita de intoxicação e manter contato com o Centro de Informações Toxicológicas para orientações.
Em meio a cenários de desastres naturais como as enchentes, a prevenção e cuidados com a saúde são indispensáveis para evitar a propagação de doenças e garantir a segurança da população afetada.