Tanques israelenses bloqueiam passagem entre Gaza e Egito antes de retomada das negociações indiretas no Cairo, diz Hamas

Na terça-feira (7), tanques israelenses bloquearam a passagem entre Gaza e o Egito, isolando completamente o território palestino. Essa ação ocorre antes da retomada das negociações indiretas no Cairo, que representam a “última oportunidade” para a liberação dos reféns mantidos pelo Hamas há sete meses.

As negociações foram reiniciadas com a participação de uma delegação do Hamas e representantes do Egito, Catar e Estados Unidos. Segundo fontes misteriosas ligadas aos serviços de inteligência, os três países mediadores estão envolvidos nas discussões.

O movimento islâmico Hamas concordou com uma proposta de trégua apresentada pelo Catar e Egito, porém, Israel considerou que a proposta está longe de atender aos seus critérios. Em resposta, Israel decidiu continuar sua operação militar em Rafah para pressionar o Hamas.

Imagens divulgadas pelo Exército israelense mostram tanques assumindo o controle operacional no lado palestino do posto de Rafah. A operação tem como objetivo atingir alvos específicos com alcance limitado.

Enquanto isso, a comunidade internacional pede a Israel que desista de invadir Rafah, alegando que a região é habitada por 1,4 milhão de pessoas deslocadas pela guerra. A ONU denunciou o bloqueio das passagens de Rafah e Kerem Shalom por Israel, exigindo a reabertura imediata desses acessos.

Os Estados Unidos classificaram o fechamento das passagens como “inaceitável” e o secretário-geral da ONU, António Guterres, instou Israel a evitar uma escalada e se envolver de forma construtiva nas negociações diplomáticas.

Para o Hamas, essas negociações representam a última oportunidade de ver os reféns libertados. O conflito teve início em outubro com uma incursão que resultou na morte de 1.170 pessoas, a maioria civis, e no sequestro de cerca de 250 no sul de Israel.

Israel estima que 128 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, das quais 35 já morreram. A ofensiva israelense em Gaza, em retaliação aos ataques do Hamas, causou a morte de 34.789 pessoas, a maioria civis.

Os Estados Unidos esperam que Israel e o Hamas resolvam suas diferenças. Uma proposta de trégua feita pelo Hamas contempla três fases com duração de 42 dias cada, visando um cessar-fogo permanente.

Israel se opõe a uma retirada total de Gaza e a um cessar-fogo permanente, argumentando a necessidade de invadir Rafah para eliminar o que considera os últimos batalhões do Hamas. O ministro israelense da Defesa afirma que o país está disposto a fazer concessões para libertar os reféns, mas a operação militar será intensificada se não houver avanços nesse assunto.

O Hamas, por sua vez, disparou foguetes contra tropas israelenses em Kerem Shalom em resposta à postura de Israel. Em meio a essa tensão, a população de Rafah se encheu de alegria com a possibilidade de trégua, que foi posteriormente ofuscada pelos bombardeios israelenses, resultando em mais mortes na região. O conflito entre Israel e o Hamas continua, com a esperança de que as negociações em curso possam levar a uma solução pacífica.

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