TCU determina suspensão de convênios do FNDE com estados e municípios em audiência pública da Comissão de Educação. Decisão gera debate.

A suspensão de convênios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com estados e municípios, determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e afetando obras com menos de 15% de empenho orçamentário, foi tema de destaque na audiência pública da Comissão de Educação (CE) realizada nesta terça-feira (7). Durante o debate, representantes do FNDE, TCU e Controladoria-Geral da União (CGU) defenderam a decisão do TCU como correta e descartaram a possibilidade de paralisação das obras devido ao cumprimento do acórdão.

O TCU realizou uma inspeção no MEC e FNDE entre abril e junho de 2022 para investigar denúncias de favorecimento político no repasse de recursos. A auditoria identificou um ambiente propício no FNDE para demandas fora de critérios técnicos, o que resultou na determinação do TCU de indicar à Comissão Mista de Orçamento (CMO) termos de compromisso com cláusula suspensiva assinados entre 2020 e 2022, mas ainda não aprovados pelo FNDE.

Durante a audiência, a vice-presidente da CE, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), criticou a abrangência do acórdão do TCU, destacando que prefeituras que já investiram em obras importantes foram prejudicadas. Ela ressaltou que a decisão afeta diretamente os alunos, uma vez que as obras paralisadas deixam escolas em situações precárias.

Por outro lado, a presidente do FNDE, Fernanda Mara Pacobahyba, esclareceu que a decisão do TCU não afetou obras em andamento, apenas termos de compromisso com cláusula suspensiva. Ela anunciou medidas para aprimorar a transparência na prestação de contas e destacou a necessidade de alinhamento com a CGU e TCU quanto ao controle de contratos antigos.

O auditor de Controle Externo do TCU, Ivo Ferreira Nosralla, concordou com as justificativas da presidente do FNDE e alertou para os riscos fiscais decorrentes de empenhos irrisórios em obras. Já o representante da CGU, Silvestre Henrique Cerejo, apoiou a decisão do TCU, considerando-a como um remédio necessário para garantir a legalidade e legitimidade dos atos de gestão.

O presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR), ressaltou a falta de recursos humanos no FNDE e chamou a atenção para a responsabilidade do MEC na coordenação de esforços com estados e municípios. Ele destacou a importância de encontrar novos caminhos para superar os desafios na área da educação.

Em resumo, a audiência pública da Comissão de Educação foi essencial para discutir os desdobramentos da suspensão de convênios do FNDE e esclarecer os impactos da decisão do TCU, reforçando a importância da transparência e legalidade na gestão dos recursos destinados à educação.

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