A maioria dos antidepressivos é prescrita por médicos do atendimento primário, que frequentemente não possuem treinamento extensivo em saúde mental. Essa falta de conhecimento pode levar os pacientes a interromperem o uso precocemente ou a não atingirem doses adequadas. Segundo o professor associado de psiquiatria Paul Nestadt, muitos pacientes relatam ter tentado de tudo, mas nunca seguiram um tratamento adequado.
Em relação ao funcionamento dos antidepressivos, existem diferentes tipos que atuam de forma distinta no cérebro, promovendo mudanças na comunicação entre as células cerebrais. Os ensaios clínicos demonstraram que esses medicamentos são mais eficazes em casos de depressão moderada, grave e crônica. Porém, o efeito em relação ao placebo é considerado modesto.
Quanto à escolha do antidepressivo adequado, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e os inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina são os mais comumente prescritos. Apesar de sua eficácia semelhante, a escolha do medicamento ideal pode variar de acordo com as características individuais de cada paciente.
Além do tratamento medicamentoso, a psicoterapia e as mudanças no estilo de vida também são recomendadas para o tratamento da depressão. Exercícios físicos, alimentação saudável e qualidade do sono podem auxiliar no enfrentamento dos sintomas.
A suspensão dos antidepressivos deve ser discutida com um médico após pelo menos seis meses de uso, pois a interrupção abrupta pode causar efeitos colaterais graves. Em casos de depressão crônica e recorrente, pode ser necessário o uso contínuo desses medicamentos, sob supervisão médica.
Para evitar problemas na redução da medicação, é fundamental fazer a diminuição gradual dos antidepressivos com o acompanhamento de um profissional. A decisão de interromper o tratamento deve ser sempre avaliada em conjunto com o médico responsável.
