Chuvas causam estragos em comunidades indígenas no Rio Grande do Sul, afetando 8 mil pessoas de 80 aldeias em diferentes regiões.

Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul tem enfrentado fortes chuvas que têm causado sérios impactos nas comunidades indígenas do estado. De acordo com dados levantados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e por associações locais, aproximadamente 8 mil indígenas distribuídos em 80 comunidades foram afetados pelas enchentes.

Os estragos causados pelas chuvas incluem a destruição de aldeias, a necessidade de evacuação de pessoas e o isolamento devido aos danos em estradas. Comunidades Guarani Mbya, Kaingang, Xokleng e Charrua em cerca de 50 municípios gaúchos foram impactadas, conforme apontou levantamento realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), entre outras instituições.

Entre os locais mais afetados estão as seis comunidades guaranis localizadas na região metropolitana de Porto Alegre. O cacique Helio Fernandes, da aldeia guarani Guyra Nhendu, em Maquiné, descreveu a situação como caótica, com perdas de casas, utensílios domésticos e a submersão das aldeias.

Moradores de diversas aldeias guaranis em Viamão, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul e Porto Alegre precisaram ser realocados para escolas devido à destruição em suas comunidades. Vale ressaltar que, para muitas dessas aldeias, não é a primeira vez que sofrem com as enchentes, o que evidencia a vulnerabilidade dessas populações.

Diante desse cenário, a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) destaca a precariedade das estruturas das moradias em áreas não demarcadas, o que agrava os impactos das enchentes. Uma campanha de arrecadação de donativos está em andamento para auxiliar as comunidades indígenas afetadas, proporcionando itens essenciais como cestas básicas, materiais de cozinha, colchões e cobertores.

O missionário do Cimi, Roberto Liebgott, ressaltou a importância de apoio governamental para garantir que a ajuda chegue às áreas mais isoladas. A presidente da Funai, Joenia Wapichana, enfatizou a necessidade de considerar as especificidades dos povos indígenas nos planos e ações das instituições públicas.

Neste momento, um comitê de associações indígenas e indigenistas está recebendo doações, inclusive em dinheiro, para auxiliar as comunidades afetadas. Informações sobre como ajudar podem ser encontradas no site do Cimi, demonstrando a solidariedade e a mobilização em prol das comunidades indígenas do Rio Grande do Sul diante dos impactos das chuvas.

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