Comissão de Direitos Humanos aprova proposta contra misoginia e aumenta pena em crime de injúria em projeto de lei.

Na última quarta-feira (8), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou uma proposta da senadora Ana Paula Lobato (PDT-MA) que visa aumentar a pena em casos de crime de injúria cometido com misoginia. O projeto de lei, de número 896/2023, recebeu um texto alternativo elaborado pela senadora Jussara Lima (PSD-PI), o qual foi acatado pelos membros do colegiado. Agora, o texto segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para a decisão final.

De acordo com a justificação apresentada por Ana Paula Lobato, a misoginia é definida como um sentimento de ódio, repulsa ou aversão às mulheres. No entanto, em seu relatório, a senadora Jussara Lima ressaltou que a misoginia valida diversos tipos de violência contra a mulher, indo desde a violência física até a violência moral e patrimonial. Além disso, Jussara salienta que a misoginia fere o direito à igualdade e à diversidade, reforçando a ideia de que as mulheres são tratadas como cidadãs de segunda classe.

Durante a reunião, que foi presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), Jussara Lima destacou que o substitutivo trará mais detalhes sobre o tipo penal e eliminará possíveis dúvidas quanto à aplicabilidade das leis contra discursos de ódio direcionados às mulheres.

O projeto, que também tramita juntamente com o PL 985/2023, do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), propõe penas mais severas para os casos de injúria com misoginia. Aqueles que forem condenados por esse tipo de crime poderão sofrer reclusão de dois a cinco anos, além de multa, em contraste com a punição mais branda para casos de injúria comum.

Além disso, o projeto sugere medidas cautelares, como o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação, assim como acompanhamento psicossocial individual ou em grupo de apoio. Uma das mudanças propostas por Jussara é que não será necessário queixa para que o crime seja investigado e punido, buscando garantir a proteção das vítimas de misoginia.

Essas medidas buscam combater a misoginia e garantir maior proteção às mulheres, reforçando a importância do respeito e da igualdade de gênero na sociedade. O projeto segue em tramitação e aguarda a decisão da CCJ para avançar no processo legislativo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo