Os manifestantes brasileiros estão pedindo não só um cessar-fogo imediato, mas também o fim das parcerias acadêmicas entre a USP e universidades israelenses. A coordenadora da rede Samidoun de solidariedade aos prisioneiros palestinos, Rawa Alsagheer, explicou que o objetivo principal é romper as relações acadêmicas da USP com a Universidade de Haifa, a Universidade de Telaviv e outras instituições israelenses. Segundo ela, as tecnologias desenvolvidas nessas universidades são utilizadas contra o povo palestino, o que configura um financiamento sujo de sangue.
Para abordar a questão sob uma perspectiva mais ampla, o coletivo Vozes Judaicas por Libertação realizou uma oficina no local, afirmando ser possível condenar o ataque do Hamas do último dia 7 de setembro, assim como os crimes de guerra cometidos por Israel. Eles argumentam que os palestinos, como um povo colonizado, têm o direito de resistir para conquistar sua autodeterminação.
Procurada para comentar sobre o acampamento e as reivindicações dos manifestantes, a USP não se pronunciou até o fechamento desta matéria. Esse movimento surge em meio ao início de uma operação militar israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde estão cerca de 1,5 milhões de refugiados palestinos.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou a ação das forças armadas de Israel em Rafah, alertando para a falta de respeito aos direitos humanos e humanitários. Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou a operação militar como uma tentativa de eliminar o Hamas e resgatar reféns israelenses, alegando que a proposta de cessar-fogo aceita pelo Hamas tinha o objetivo de evitar a entrada das forças israelenses em Rafah.
É importante destacar que a situação no Oriente Médio é complexa e envolve questões históricas e políticas de longa data. O diálogo e a busca por soluções pacíficas são fundamentais para evitar o sofrimento e a violência nessa região conturbada.