Os dados revelam um crescimento significativo, especialmente na rede privada, onde houve um aumento de 17,8%. Já na modalidade de ensino à distância (EAD), o crescimento foi ainda maior, alcançando 25,2%. No entanto, quando analisamos o total de alunos matriculados, incluindo os veteranos, percebemos um desaceleramento no EAD, com um crescimento de 16,5% em comparação com os 19,7% do período anterior.
Por outro lado, o ensino superior presencial continua em declínio, embora num ritmo menos acelerado. Depois de uma queda de 9,4% em 2020 e de 5,5% em 2021, o decréscimo foi de 3% em 2022. O economista Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, acredita que essa tendência pode se reverter nos próximos anos, à medida que a pandemia chega ao fim e o modelo de ensino EAD atinge seu limite.
Além disso, o estudo destaca a concentração de alunos em mega conglomerados de ensino, com 88% das instituições de ensino superior no Brasil sendo privadas. No entanto, apenas 3,4% dessas instituições são consideradas de porte gigante e concentram 68,2% de todas as matrículas na rede particular. Capelato alerta para a necessidade de uma distribuição mais equitativa das matrículas para promover a diversidade e a pluralidade no ensino superior.
O estudo também revela uma alta taxa de desistência entre os estudantes, especialmente no EAD, onde chega a 64%. Além disso, houve um aumento no número de estudantes pretos e pardos no ensino superior, representando 37% do total de alunos matriculados. No entanto, o crescimento desses grupos foi de apenas 11,1% nos últimos dez anos.
