Pesquisa revela que oito em cada dez professores da educação básica já pensaram em desistir da carreira, aponta estudo inédito.

O panorama da educação básica no Brasil revela dados alarmantes sobre a insatisfação dos professores com a carreira. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp revelou que oito em cada dez docentes já pensaram em desistir da profissão. Os motivos apontados para essa desilusão são diversos, incluindo a falta de valorização profissional, a carga horária excessiva, a falta de interesse dos alunos e o baixo retorno financeiro.

O estudo, realizado com 444 professores das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país, evidenciou que 79,4% dos entrevistados já consideraram abandonar a carreira de professor. Para a maioria dos profissionais, os desafios enfrentados no dia a dia da sala de aula são a falta de estímulo e reconhecimento na carreira, a falta de disciplina e interesse dos alunos, a ausência de apoio da sociedade e a falta de envolvimento das famílias dos estudantes.

Além disso, a pesquisa revelou que mais da metade dos professores já sofreu algum tipo de violência durante o exercício de suas funções, com agressões verbais e intimidação sendo as mais comuns. A violência, muitas vezes, é praticada pelos próprios alunos, responsáveis e até mesmo por funcionários da escola.

Apesar dos desafios e das adversidades, a pesquisa também apontou que a maioria dos professores (53,6%) ainda se mantém satisfeita com a carreira. O interesse em ensinar, a satisfação em ver o progresso dos alunos e a vocação foram citados como os principais motivos para continuar na profissão.

No entanto, o estudo também destacou que a formação de novos professores enfrenta desafios, especialmente no que diz respeito às licenciaturas. Embora haja um grande número de estudantes matriculados em cursos de licenciatura, as taxas de desistência são altas, tanto na rede pública quanto na privada. A necessidade de repensar o modelo de oferta dos cursos, com mais prática e capacitação em tecnologia, foi ressaltada pela presidente do Semesp, Lúcia Teixeira.

Por fim, o debate sobre a formação a distância também foi abordado na pesquisa, com divergências de opiniões entre os professores entrevistados. Enquanto metade dos respondentes discorda da ideia de que o ensino a distância não é adequado, a maioria ainda defende que os cursos de licenciatura devem ser ofertados de forma presencial. A busca por melhorias na avaliação dos cursos, independentemente da modalidade, foi ressaltada como uma necessidade para garantir a qualidade da formação dos futuros professores.

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