Quase metade dos domicílios em cidades brasileiras apresentam inadequações estruturais e de segurança fundiária, aponta pesquisa inédita.

Segundo dados atualizados pela Fundação João Pinheiro, quatro em cada 10 domicílios em cidades brasileiras apresentam inadequações como falta de energia, saneamento básico, banheiro exclusivo e armazenamento de água, além de insegurança fundiária. Isso representa cerca de 41,2% dos lares urbanos no país, ou aproximadamente 26 milhões de residências nessa situação.

Essas inadequações prejudicam a qualidade de vida dos moradores, sendo consideradas inadequações a carência de infraestrutura urbana, carências edilícias e a inadequação fundiária urbana. A Região Norte do Brasil é a que concentra a maior quantidade de domicílios com inadequação de infraestrutura urbana, seguida pela região Nordeste. Já a Região Sudeste se destaca nas inadequações edilícias e fundiárias.

Um ponto alarmante é que mais de 60% dos domicílios com inadequações são chefiados por mulheres e mais de 53% têm responsável que se declara não branco. Isso reflete a desigualdade social presente na questão habitacional brasileira, afetando principalmente grupos historicamente marginalizados, como mulheres negras de baixa renda.

Os impactos de viver em um domicílio inadequado são variados, podendo aumentar a propensão a doenças devido à falta de esgotamento sanitário, por exemplo. Além disso, mulheres e crianças ficam em situações de vulnerabilidade quando não possuem um banheiro exclusivo.

É fundamental que a moradia se torne um direito de todos os cidadãos, pois é a porta de entrada para outros direitos básicos, como saúde, educação e segurança. A falta de políticas públicas adequadas nesse sentido é um problema grave no país, que precisa ser enfrentado para reduzir a desigualdade e proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população.

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