De acordo com a pesquisa, 74,8% dos professores concordam parcial ou totalmente com o uso da tecnologia e inteligência artificial no ensino. Apesar disso, apenas 39,2% dos docentes afirmaram que utilizam essas ferramentas sempre em suas aulas. A pesquisa revelou que a tecnologia teve tanto impactos positivos, como facilitar o acesso rápido à informação, quanto negativos, como a dispersão dos estudantes.
Os professores também apontaram problemas estruturais e pedagógicos que dificultam o uso da tecnologia nas escolas. O acesso limitado à internet, a falta de formação dos professores para utilizar essas ferramentas e a crescente dependência dos alunos em relação às tecnologias foram alguns dos desafios relatados.
Além disso, os docentes destacaram que, com a presença das tecnologias, os estudantes estão mais dispersos e têm mais dificuldade em manter a atenção durante as aulas. Isso tem gerado um descompasso entre o que é ensinado e o que os alunos desejam aprender.
A pesquisa também abordou o interesse dos jovens em relação ao ensino superior. Dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil mostram que a área de computação e tecnologias da informação é a mais desejada pelos estudantes, seguida pela área de saúde e bem-estar. Para aproximar os estudantes do ensino superior, o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, defende a criação de cursos técnicos dentro das instituições de ensino superior, no âmbito do programa Pé-de-Meia.
O programa Pé-de-Meia, lançado pelo governo federal este ano, oferece uma espécie de poupança para estudantes de baixa renda, com o objetivo de estimular a continuidade dos estudos. A proposta é que os alunos do programa tenham acesso a cursos técnicos nas instituições de ensino superior, o que pode contribuir para a diminuição da evasão escolar e o ingresso de mais estudantes no ensino superior.