José Raúl Mulino abordou a questão em uma entrevista à rádio ArCa Media En Directo, afirmando que, como o governo é o proprietário da concessão, é possível dialogar sobre a possibilidade de abrir ou fechar definitivamente a mina Cobre Panamá. No entanto, ele ressaltou que não está disposto a discutir a mina enquanto as arbitragens estiverem em andamento.
As declarações do presidente eleito não foram bem recebidas pelo ambientalista Guido Berguido, que apontou a existência de uma lei de moratória mineira por tempo indeterminado aprovada pelo Congresso, impedindo a negociação da reabertura da mina. Berguido classificou as declarações de Mulino como uma estratégia política para acalmar a situação.
A decisão de fechar a mina gerou preocupações sobre a segurança dos investimentos estrangeiros no Panamá, afetando a economia do país, que teve um crescimento de 7,3% em 2023, mas que deve reduzir para um terço neste ano. Além disso, o Panamá enfrenta desafios como uma seca que afeta as receitas do Canal do Panamá e a possibilidade de esgotamento do Fundo de Segurança Social.
Diante desse cenário, especialistas em economia apontam que José Raúl Mulino precisará implementar um ajuste fiscal que pode incluir aumento de impostos, impactando especialmente a classe média panamenha. A agência financeira Fitch já rebaixou o rating do Panamá devido ao aumento da dívida pública e ao contexto social tenso, o que pode afetar os custos de crédito do país.
Em suma, o diálogo proposto por José Raúl Mulino com a First Quantum Minerals em relação à mina no Panamá representa um passo importante para lidar com as questões econômicas e ambientais enfrentadas pelo país. A resolução desse impasse terá um impacto significativo no futuro do Panamá e na confiança dos investidores internacionais.
