O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi publicado na renomada revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. A terapia fotodinâmica utiliza laser pulsado para ativar um medicamento, resultando em uma resposta eficaz contra o melanoma ocular.
Os pesquisadores utilizaram irradiação de lasers pulsados em um regime chamado femtossegundo, com duração de 10 a 15 segundos, de forma localizada para minimizar danos em áreas saudáveis. Os resultados mostraram que a técnica foi mais eficaz nos tumores pigmentados, indicando que a melanina atua como um mediador do tratamento.
Essa descoberta representa um avanço significativo na área de biofotônica e desafia a crença anterior de que lesões pigmentadas não poderiam ser tratadas com terapias à base de luz. A pesquisadora Layla Pires, do Princess Margaret Cancer Center no Canadá e do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), destacou a importância desses resultados em um comunicado.
Embora os resultados sejam promissores, ainda há muitas etapas a serem percorridas até que a terapia fotodinâmica possa ser disponibilizada para pacientes. Os instrumentos específicos para essa abordagem estão em fase de desenvolvimento, com a utilização de oftalmoscópios ajustados sendo uma possibilidade futura.
Para os pesquisadores, o estudo servirá como base para expandir o uso da tecnologia para outros tipos de tumores, como o retinoblastoma. Com essas descobertas, abre-se um novo horizonte para o tratamento do melanoma ocular e potencialmente de outras condições oncológicas, impactando positivamente a vida de muitos pacientes.
