Após uma expedição científica com o apoio da organização não governamental WWF-Brasil, os pesquisadores observaram o branqueamento em diversas espécies de corais, incluindo o coral-de-fogo Millepora alcicornis, que habitava a zona mesofótica a mais de 40 metros de profundidade. Este é um achado inédito, já que se acreditava que essa espécie ocorria apenas em áreas rasas.
A zona mesofótica é uma região oceânica mais profunda, onde a luz solar alcança, mas de maneira menos intensa, e a temperatura do oceano é mais baixa. Ainda assim, os corais nessa região foram afetados pelo branqueamento, o que surpreendeu os pesquisadores.
Esse evento é preocupante, pois os corais dependem da presença de algas zooxantelas para se alimentar e manter suas cores vibrantes. Porém, com o aumento da temperatura do mar, as algas abandonam os corais, tornando-os esbranquiçados e mais vulneráveis a doenças e morte.
O coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste, Leonardo Messias, destaca a gravidade do fenômeno e sua relação direta com as mudanças climáticas globais. O aquecimento das águas do oceano tem impactos significativos na vida marinha, como o branqueamento dos corais.
Essa descoberta serve como um alerta para a urgência das ações em prol da preservação ambiental e controle das mudanças climáticas, visando a proteção dos ecossistemas marinhos e sua biodiversidade. A situação dos corais brasileiros é um reflexo da crise climática que afeta todo o planeta, exigindo uma resposta urgente e eficaz para sua conservação.