Branqueamento de Corais em Profundidades Inéditas no Litoral Brasileiro Alerta para Problemas Ambientais no Atlântico Sul.

Em abril deste ano, cientistas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) identificaram um acontecimento alarmante: o branqueamento de corais em profundidades que variam de 40 a 60 metros, localizados no litoral brasileiro. Este fenômeno, causado pelo aumento da temperatura do oceano, pode resultar na morte destes animais e é a primeira vez que é registrado em profundidades tão elevadas no Atlântico Sul.

Após uma expedição científica com o apoio da organização não governamental WWF-Brasil, os pesquisadores observaram o branqueamento em diversas espécies de corais, incluindo o coral-de-fogo Millepora alcicornis, que habitava a zona mesofótica a mais de 40 metros de profundidade. Este é um achado inédito, já que se acreditava que essa espécie ocorria apenas em áreas rasas.

A zona mesofótica é uma região oceânica mais profunda, onde a luz solar alcança, mas de maneira menos intensa, e a temperatura do oceano é mais baixa. Ainda assim, os corais nessa região foram afetados pelo branqueamento, o que surpreendeu os pesquisadores.

Esse evento é preocupante, pois os corais dependem da presença de algas zooxantelas para se alimentar e manter suas cores vibrantes. Porém, com o aumento da temperatura do mar, as algas abandonam os corais, tornando-os esbranquiçados e mais vulneráveis a doenças e morte.

O coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste, Leonardo Messias, destaca a gravidade do fenômeno e sua relação direta com as mudanças climáticas globais. O aquecimento das águas do oceano tem impactos significativos na vida marinha, como o branqueamento dos corais.

Essa descoberta serve como um alerta para a urgência das ações em prol da preservação ambiental e controle das mudanças climáticas, visando a proteção dos ecossistemas marinhos e sua biodiversidade. A situação dos corais brasileiros é um reflexo da crise climática que afeta todo o planeta, exigindo uma resposta urgente e eficaz para sua conservação.

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