Na última expedição realizada em abril deste ano, foram descobertas importantes colônias de corais, incluindo uma grande população da espécie de corais-de-fogo Millepora alcicornis, localizada em profundidades entre 43 e 50 metros. Essa descoberta inédita levou os cientistas a acreditarem que esta pode ser a maior população da espécie no Brasil.
Além disso, foram registradas populações de outras espécies de corais, como o Mussismilia hartii e o Meandria brasiliensis, ambas consideradas em risco de extinção. No entanto, os pesquisadores também observaram um fenômeno preocupante: o branqueamento dos corais, causado pelo aumento da temperatura dos oceanos. Isso compromete a saúde dos corais e pode levá-los à morte, sendo a primeira vez que esse fenômeno é registrado em profundidades tão elevadas no Atlântico Sul.
Outro aspecto que chamou a atenção dos cientistas foi a presença de restos de apetrechos de pesca e a redução da população de peixes grandes, indicando a intensa atividade pesqueira nessas áreas. A preocupação com a exploração petrolífera também é uma realidade, com blocos de petróleo sobrepondo-se parcialmente a alguns dos bancos de corais.
Diante dessa situação, a proposta de criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) marinha com mais de 12 milhões de hectares é uma medida urgente para conservar esses importantes ecossistemas. O processo para criação da APA já está em andamento e aguarda avaliações do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e de outros órgãos governamentais.
A conservação dessas cadeias de montanhas submarinas é crucial para a sustentabilidade da vida marinha na região e para proteger espécies ameaçadas de extinção. A criação da APA pode contribuir significativamente para a preservação desses ecossistemas frágeis e garantir um futuro mais sustentável para a pesca e a biodiversidade marinha nessa área.