Cirurgias eletivas são suspensas em hospitais no Rio Grande do Sul devido às enchentes e escassez de recursos.

Em meio às enchentes que assolam o Estado do Rio Grande do Sul desde o final de abril, o Gabinete de Crise da Secretaria de Saúde determinou a suspensão de consultas, exames e cirurgias eletivas em hospitais e demais estabelecimentos de saúde até o dia 30 de maio. A medida, anunciada no último sábado (11), visa atenuar as dificuldades de locomoção enfrentadas por pacientes e profissionais de saúde devido às condições adversas provocadas pelas enchentes.

De acordo com o comunicado emitido pelo Gabinete, cirurgias eletivas são aquelas classificadas como não urgentes, ou seja, procedimentos que não representam um risco iminente à vida ou função de órgãos. A decisão tem validade retroativa, permitindo que os hospitais suspendam os atendimentos não apenas a partir da data da publicação do comunicado, mas desde o dia 1º de maio, data em que o decreto de calamidade pública foi oficializado e divulgado no Diário Oficial do Estado.

Diante desse cenário, as instituições de saúde gaúchas já vinham adotando a suspensão de atendimentos eletivos desde o início das inundações, há aproximadamente duas semanas. Segundo informações do Estadão, as enchentes causaram danos consideráveis em 141 unidades de saúde, levando, inclusive, à evacuação completa de pelo menos dez hospitais devido à invasão das águas.

Os estabelecimentos que permaneceram em funcionamento foram obrigados a cancelar procedimentos eletivos devido à escassez de insumos. Com as vias de acesso às cidades bloqueadas, os profissionais de saúde foram orientados a otimizar o uso de recursos, como oxigênio, para garantir que os pacientes em estado crítico não ficassem desassistidos. Além disso, os hospitais enfrentam dificuldades com a intermitência no fornecimento de água, sendo necessário recorrer a caminhões-pipa para suprir as necessidades.

A única exceção à determinação do Gabinete de Crise são os casos que demandam cirurgia traumatológica, especialidade médica voltada ao tratamento de lesões resultantes de traumas físicos, algo comum diante do contexto atual no Rio Grande do Sul. Conforme o comunicado, esses pacientes devem ser encaminhados a unidades de alta ou média complexidade em traumato-ortopedia, garantindo a realização da cirurgia no prazo máximo de 30 dias, sendo preferencialmente concluída em 15 dias.

Por fim, o órgão enfatiza a necessidade de os hospitais monitorarem diariamente os estoques de insumos e oxigênio medicinal, visando garantir o atendimento adequado aos pacientes em meio à situação emergencial provocada pelas enchentes.

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