No entanto, nos anos 1970 e 1980, a pesquisa nesse campo caiu em descrédito. Irene Pepperberg, pesquisadora de cognição comparativa na Universidade de Boston, descreveu que o campo inteiro se desintegrou completamente. Porém, avanços na tecnologia e uma crescente compreensão da inteligência animal renovaram o interesse em superar a divisão entre espécies.
Recentemente, uma equipe de cientistas apresentou um novo estudo que cria um arcabouço para avaliar se as ferramentas de comunicação podem dar aos animais novas formas de se expressar. Uma pesquisadora associada visitante na Universidade de Indiana, Jennifer Cunha, afirmou que a pesquisa é projetada para superar algumas das controvérsias do passado.
O estudo focou em uma cacatua-de-goffin de 11 anos chamada Ellie, que foi ensinada a usar uma “tábua de fala” interativa. O artigo destaca que as pressões de ícones de Ellie não pareciam ser aleatórias, e suas seleções foram corroboradas por seu comportamento subsequente em 92% das vezes.
No entanto, os pesquisadores reconhecem que é necessário realizar mais testes para determinar se Ellie realmente entende o significado dos ícones. O estudo foi elogiado por especialistas por sua abordagem sistemática e reivindicações modestas.
No geral, o campo da comunicação animal evoluiu desde os anos 1970, com uma abordagem mais focada no enriquecimento do ambiente dos animais em cativeiro e em melhorar seus relacionamentos com os cuidadores. A pesquisa com Ellie representa um primeiro passo crucial nesse sentido, e sugere novas formas de interação e compreensão entre humanos e animais.
