CAE aprova aumento de limite para emissão de títulos do Tesouro no exterior para US$ 100 bilhões, com regime de urgência no Plenário

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (14) uma proposta que aumenta o limite para emissão de títulos do Tesouro no exterior em US$ 25 bilhões, passando de US$ 75 bilhões para US$ 100 bilhões. A decisão teve como base uma solicitação do governo contida na MSF 3/2024, que originalmente pedia um aumento de US$ 50 bilhões para chegar a um montante total de US$ 125 bilhões.

O relator do texto, senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, acordou com o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), em reduzir a proposta original do governo. A mudança foi anunciada por Jaques Wagner durante a votação na CAE, que também aprovou o regime de urgência para análise da proposta no Plenário.

Antes da votação, a mensagem do governo foi discutida em uma audiência pública que contou com a participação do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e foi conduzida pelo senador Rogério Marinho. Ceron destacou a importância da proposta para as emissões externas soberanas do país e ressaltou que o último aumento no limite foi feito em 2004, há 20 anos.

O programa de emissão de títulos e administração de passivos de responsabilidade do Tesouro Nacional no exterior tem sido impactado pelo limite estabelecido em 2004, que impede a continuidade das operações. Desde então, a União emitiu US$ 74,3 bilhões, quase esgotando o limite autorizado pelo Senado.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o refinanciamento da dívida pública no mercado externo é fundamental para a ampliação e diversificação da base de investidores. As emissões de títulos públicos soberanos no exterior também ajudam as empresas privadas a captar recursos, conforme estudo do Tesouro que aponta um aumento de 60% no volume captado pelas empresas após uma emissão soberana.

O acesso ao crédito externo, de acordo com Jaques Wagner, contribui para diversificar e melhorar o perfil da dívida pública federal, possibilitando taxas de juros mais baixas e prazos mais longos de financiamento. A proposta agora segue para análise no Plenário do Senado, onde deverá ser votada em regime de urgência.

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