Chuvas intensas e alagamentos aumentam preocupação com possíveis surtos de dengue no Rio Grande do Sul

Em meio às chuvas intensas e alagamentos que têm assolado o Rio Grande do Sul, a preocupação com a proliferação da dengue se torna mais uma questão prioritária para as autoridades de saúde. Mesmo com temperaturas mais baixas, o estado pode enfrentar uma possível onda de casos da doença, que geralmente atinge seu pico durante o verão, mas que, conforme alerta o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cristóvão Barcelos, também pode surgir em maio.

O mês de maio é conhecido no Rio Grande do Sul pelo “veranico”, um período de calor abrupto que contrasta com as baixas temperaturas típicas do outono. Com a chegada do El Niño, este cenário pode se repetir este ano, o que potencializa as condições para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.

Barcelos ressalta que, apesar das baixas temperaturas, a resistência dos ovos do mosquito ao frio é um fator preocupante, uma vez que eles podem eclodir em condições de água mais quente. Além disso, a situação atual de calamidade, com infraestruturas urbanas deterioradas, aumenta o risco de um surto de dengue no estado.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, nos últimos anos, casos de dengue têm sido registrados até mesmo durante o inverno, reforçando a importância de manter a vigilância mesmo em períodos de baixa transmissão. A situação se torna mais crítica diante da magnitude dos alagamentos e da dificuldade em eliminar possíveis focos do mosquito.

Com um cenário que envolve perda de serviços e infraestrutura urbana comprometida, a preocupação com a dengue cresce exponencialmente. O presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia, Alessandro Pasqualotto, destaca a epidemia de dengue sem precedentes que já afetava o estado antes das enchentes, e alerta para a possibilidade de aumento dos casos com a recorrência do calor e a permanência de água parada.

Com um número crescente de casos confirmados de dengue no Rio Grande do Sul, as autoridades de saúde se mantêm em alerta e orientam os municípios a estarem preparados para possíveis surtos da doença. O controle do vetor está suspenso temporariamente, mas será retomado assim que a situação permitir. A conscientização da população e as ações preventivas devem ser prioridades nas áreas afetadas, visando reduzir os riscos de proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, de surtos de dengue.

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