Copom do BC mostra preocupação com inflação e descarta novos cortes na taxa Selic. Mercado aguarda decisões futuras.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) demonstrou preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e decidiu não realizar novos cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia, em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o esperado. A decisão foi tomada durante a última reunião do Copom, realizada na semana passada, e divulgada nesta terça-feira (14).

De acordo com a ata do Copom, a incerteza no cenário global e a resiliência na atividade econômica doméstica exigem uma abordagem mais cautelosa da política monetária. Mesmo com a manutenção da Selic em 10,5% ao ano, a instituição ressaltou o compromisso de convergência da inflação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A redução do ritmo de corte dos juros foi destacada durante a reunião, já que, até março deste ano, a Selic vinha sendo reduzida em 0,5 ponto percentual a cada encontro. No entanto, o último corte foi de 0,25 ponto percentual, indicando uma postura mais gradual do Copom. As projeções para a inflação, divulgadas no Relatório de Inflação de março, indicam uma desaceleração do índice em 2024, principalmente devido ao aumento dos preços de alimentos e combustíveis.

Um dos aspectos que contribuíram para a decisão do Copom foi o cenário internacional adverso, marcado pelo aumento da volatilidade nos mercados financeiros globais e a desaceleração da economia americana. Além disso, o recente desastre climático no Rio Grande do Sul também foi levado em consideração, com possíveis impactos econômicos para o país.

Durante a reunião, houve divergência entre os membros do Copom em relação ao nível de corte de juros a ser realizado. O desempate foi feito pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, que votou por um corte de 0,25 ponto percentual. Os demais membros destacaram a importância de seguir o guidance do comitê, mantendo o compromisso com a meta de inflação e a credibilidade da instituição.

No geral, a decisão do Copom reflete a necessidade de cautela diante do cenário econômico desafiador, destacando a importância do controle da inflação e do fomento à atividade econômica, em meio a expectativas desancoradas e incertezas globais.

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