Deslocamentos forçados atingem quase 50 milhões de pessoas em 2023, aponta relatório internacional.

No último dia 10 de maio, um relatório atual mostrou um número alarmante de deslocamentos forçados de pessoas ao redor do mundo, totalizando 46,9 milhões de indivíduos em 151 países e territórios. Dentre essas movimentações, mais da metade, ou seja, 26,4 milhões, foram causadas por desastres naturais, marcando o terceiro maior registro desde o início da década.

O Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos (IDMC) revelou que aproximadamente um terço desses deslocamentos ligados a catástrofes naturais ocorreram na China e na Turquia, totalizando 4,7 milhões e 4 milhões de movimentações, respectivamente. Esses eventos extremos incluíam tempestades, enchentes, secas e ondas de calor, além do impacto de terremotos.

Um dos eventos registrados foi o terremoto na fronteira entre Turquia e Síria, em fevereiro de 2023, que resultou em 4,7 milhões de deslocamentos na região, sendo o maior número de movimentos ligados a um terremoto desde 2008. No território sírio, devastado pela guerra civil desde 2011, 700 mil pessoas precisaram abandonar suas casas devido aos desastres naturais.

Além disso, houve impactos devastadores em outros países, como o Paquistão, que enfrentou grandes enchentes em agosto do ano passado, afetando mais de meio milhão de habitantes e desencadeando surtos de doenças como malária. O Brasil também enfrentou deslocamentos causados por desastres naturais, com destaque para a Amazônia, que sofreu com uma prolongada seca, afetando a segurança alimentar de milhões.

No entanto, nem todos os deslocamentos foram por eventos naturais, pois o estudo também revelou que 20,5 milhões de movimentações foram provocadas por conflitos e violência, concentrados, principalmente, na África. Países como Sudão, República Democrática do Congo e Burkina Faso enfrentaram deslocamentos significativos devido a guerras civis e conflitos internos.

Em suma, o relatório alerta para a importância da prevenção diante dos impactos dos desastres naturais e dos conflitos, visando evitar mais deslocamentos forçados e proteger a população vulnerável que sofre com essas situações em todo o mundo. A diretora do IDMC, Alexandra Bilak, ressaltou a necessidade de preparo e ação por parte dos governantes para lidar com essas crises e proteger a vida de milhões de pessoas que vivem em condições precárias.

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