Ex-engenheiro das minas de sal-gema foge de perguntas na CPI da Braskem, forçando deslocamento de 40 mil pessoas em Maceió

No último dia 14, o ex-engenheiro responsável pela exploração das minas de sal-gema que afundaram em Maceió, Paulo Roberto Cabral de Melo, se recusou a responder às perguntas da CPI do Senado que investiga as atividades da Braskem. O resultado dessa negligência foi o deslocamento de cerca de 40 mil pessoas dos bairros afetados na capital alagoana.

Durante a sessão, a defesa de Cabral de Melo conseguiu um habeas corpus do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que garantiu seu direito de permanecer em silêncio diante da comissão parlamentar. O ex-engenheiro justificou sua postura afirmando que é investigado e responde a inquérito policial, tendo tido seus sigilos fiscal, bancário, telemático e telefônico quebrados pela CPI do Senado.

Apesar de ter se mantido em silêncio, o relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), questionou Cabral de Melo sobre problemas documentados durante o período de operação das minas de sal-gema, incluindo desmoronamentos. A resposta do investigado foi sempre a mesma: “Ficarei em silêncio, eminente senador”.

Cabral de Melo começou a trabalhar nas minas de sal-gema em 1976 e, posteriormente, tornou-se gerente da planta de mineração da Braskem em Maceió até 1997. Após deixar o cargo, continuou a trabalhar como consultor através de sua empresa Consalt Consultoria Mineral Ltda.

Com a data de apresentação do relatório final da CPI se aproximando, os membros da comissão buscam obter o máximo de informações possíveis para esclarecer os acontecimentos que levaram ao desastre em Maceió. A pressão sobre Cabral de Melo e demais envolvidos no caso deverá aumentar nos próximos dias, o que pode resultar em avanços significativos na investigação.

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