Falar consigo mesmo na meia-idade: por que isso é comum e até mesmo útil, segundo especialistas

Em uma manhã qualquer, ao olhar pela janela de sua cozinha, uma pessoa observou um esquilo cuja cauda parecia agitada. Sem hesitar, ela pega sua fritadeira e se questiona em voz alta se era cedo demais para comer batatas fritas às 10h30 da manhã. Essa cena, aparentemente simples e engraçada, revela um comportamento cada vez mais comum entre pessoas de meia-idade: falar consigo mesmas.

Ao perceber esse hábito incomum, a pessoa em questão decidiu questionar seus amigos mais velhos, que prontamente admitiram também ter o costume de conversar sozinhos. Um deles confessou que até mesmo declara em voz alta o que está digitando em mensagens de texto, mesmo que esteja em público. Outro relato envolveu pedir em voz alta a ajuda divina para encontrar um ingrediente perdido no armário.

Esse fenômeno das conversas internas externas, como são chamadas quando se fala em voz alta consigo mesmo, não é amplamente estudado, de acordo com especialistas consultados. No entanto, Ethan Kross, professor de psicologia da Universidade de Michigan, aponta que esse hábito é bastante comum na meia-idade.

Ao conversar consigo mesmos, as pessoas podem acalmar a ansiedade, aumentar a motivação e até mesmo resolver problemas práticos do dia a dia. Além disso, expressar os pensamentos em voz alta pode ativar a memória verbal e auxiliar na manutenção de informações na mente por mais tempo.

Embora em geral seja considerado normal e até mesmo útil falar consigo mesmo, especialistas alertam que, em alguns casos, essa prática pode indicar problemas de saúde mental, como autocrítica persistente. No entanto, se a conversa unidirecional não estiver interfirindo negativamente na vida da pessoa, os especialistas recomendam seguir em frente. Afinal, como afirmou Kross, “se estiver funcionando para você, continue fazendo isso”.

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