Ao perceber esse hábito incomum, a pessoa em questão decidiu questionar seus amigos mais velhos, que prontamente admitiram também ter o costume de conversar sozinhos. Um deles confessou que até mesmo declara em voz alta o que está digitando em mensagens de texto, mesmo que esteja em público. Outro relato envolveu pedir em voz alta a ajuda divina para encontrar um ingrediente perdido no armário.
Esse fenômeno das conversas internas externas, como são chamadas quando se fala em voz alta consigo mesmo, não é amplamente estudado, de acordo com especialistas consultados. No entanto, Ethan Kross, professor de psicologia da Universidade de Michigan, aponta que esse hábito é bastante comum na meia-idade.
Ao conversar consigo mesmos, as pessoas podem acalmar a ansiedade, aumentar a motivação e até mesmo resolver problemas práticos do dia a dia. Além disso, expressar os pensamentos em voz alta pode ativar a memória verbal e auxiliar na manutenção de informações na mente por mais tempo.
Embora em geral seja considerado normal e até mesmo útil falar consigo mesmo, especialistas alertam que, em alguns casos, essa prática pode indicar problemas de saúde mental, como autocrítica persistente. No entanto, se a conversa unidirecional não estiver interfirindo negativamente na vida da pessoa, os especialistas recomendam seguir em frente. Afinal, como afirmou Kross, “se estiver funcionando para você, continue fazendo isso”.