Esses documentos, fornecidos por funcionários da inteligência militar de Israel, mostram que a unidade conhecida como Serviço de Segurança Geral do Hamas mantinha uma rede de informantes em Gaza, que delatavam vizinhos e pessoas que criticavam o governo. Os arquivos registravam indivíduos envolvidos em protestos ou que expressavam publicamente sua insatisfação com o Hamas.
Segundo os documentos, as autoridades até mesmo chegaram a seguir as pessoas para verificar se mantinham relações românticas fora do casamento. Essa revelação expõe o controle opressivo do Hamas sobre os palestinos em Gaza, que vivem sob constante vigilância e coerção por parte das autoridades de segurança.
A apresentação de 62 slides sobre as atividades do Serviço de Segurança Geral destacou a extensão de sua atuação na vida dos palestinos, revelando a repressão de dissidentes, jornalistas e críticos do Hamas. Os protestos políticos eram considerados ameaças a serem sufocadas, e a vigilância constante sobre a população gerava um clima de medo e autocensura.
Yehya Sinwar, líder do Hamas, foi apontado como supervisor direto do Serviço de Segurança Geral, conforme divulgaram funcionários da inteligência de Israel. A unidade, que contava com mais de 850 agentes e custava US$ 120 mil por mês, tinha como objetivo difamar opositores e silenciar qualquer forma de dissentimento.
Os palestinos em Gaza convivem com o dilema do bloqueio israelense e a vigilância implacável das autoridades locais, que os força à autocensura e à submissão. O controle exercido pelo Serviço de Segurança Geral lembra as práticas de países como a Síria, que usam unidades secretas para reprimir qualquer tipo de discordância.
É evidente o temor e a hesitação dos palestinos em expressar suas opiniões devido ao regime opressivo do Hamas. O papel de Yehya Sinwar na supervisão dessa força policial secreta apenas reforça o domínio autoritário do partido sobre Gaza. A população local vive sob constante vigilância e repressão, o que impede qualquer forma de resistência.