Perda de Sensibilidade Visual Pode Ser Indicativo Precoce de Alzheimer, Aponta Estudo da Universidade de Loughborough no Reino Unido

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, descobriu que a perda da sensibilidade visual pode ser um sinal precoce da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência neurodegenerativa. De acordo com os autores da pesquisa, a diminuição da sensibilidade visual pode resultar em dificuldades no processo de percepção e interpretação de informações visuais.

O pesquisador Ahmet Begde, da Escola de Esporte, Exercício e Ciências da Saúde da instituição e um dos responsáveis pelo estudo, explicou que uma pessoa com sensibilidade visual reduzida pode enfrentar problemas simples, como ler placas de rua enquanto dirige. A motivação para a pesquisa veio de estudos anteriores que identificaram alterações físicas nos olhos, como danos nos vasos sanguíneos e a presença de placas beta-amiloide, consideradas uma das principais causas do Alzheimer, na retina e na lente dos olhos.

O estudo foi realizado com mais de 8 mil pessoas com idades entre 48 e 92 anos, acompanhadas ao longo de 13 anos. Os participantes foram submetidos a testes cognitivos em conjunto com o Teste de Sensibilidade Visual (VST), que avalia aspectos como velocidade de processamento visual, sensibilidade ao contraste e capacidade de percepção visuoespacial.

Resultados do estudo mostraram que 533 pessoas foram diagnosticadas com demência, todas apresentando pontuações significativamente inferiores nos testes visuais em comparação com aquelas que não desenvolveram a doença. No entanto, o estudo também apontou limitações, como a idade avançada dos participantes, níveis mais baixos de escolaridade e a presença de outras condições de saúde, como diabetes e AVC, que foram mais comuns entre aqueles diagnosticados com Alzheimer.

Apesar das limitações, os pesquisadores destacam a perspectiva promissora de detectar o Alzheimer precocemente por meio de testes visuais, o que pode permitir intervenções mais eficazes para retardar a progressão da doença. A pesquisa, porém, foi realizada exclusivamente com britânicos, levantando questionamentos sobre a generalização dos resultados para diferentes contextos demográficos e culturais.

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