Rio Grande do Sul receberá parte da indenização da Vale destinada a Brumadinho para auxiliar nas inundações provocadas por chuvas intensas.

A tragédia em Brumadinho, ocorrida em janeiro de 2019, impactou não apenas as vítimas diretamente envolvidas, mas também gerou consequências que se estendem para além de Minas Gerais. Parte dos recursos pagos pela mineradora Vale como indenização por dano moral coletivo será destinada ao Rio Grande do Sul, que atualmente enfrenta inundações recordes devido a um grande volume de chuvas. As vítimas do rompimento da barragem aprovaram a ajuda ao estado, que já contabiliza 147 mortes em diversas cidades gaúchas.

O montante a ser destinado ao Rio Grande do Sul totaliza R$ 2,2 milhões. A decisão foi anunciada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum) nas redes sociais, na última segunda-feira. Desse valor, R$ 2 milhões serão divididos entre o governo do estado e o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, gerido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Os R$ 200 mil restantes serão doados à Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), que também está arrecadando recursos para apoiar as vítimas das inundações.

Os recursos provêm de um fundo criado a partir de um acordo para indenizar os parentes dos trabalhadores que perderam a vida na tragédia de Brumadinho. Além das vítimas fatais, incluindo bebês de mulheres grávidas, a maioria dos afetados era composta por empregados da Vale e empresas terceirizadas que prestavam serviços para a mineradora.

O acordo que originou o fundo estabeleceu os valores das indenizações individuais aos familiares das vítimas e encerrou uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho após o desastre. A Vale teve que destinar R$ 400 milhões para o fundo, cuja movimentação requer aprovação de um conselho gestor composto por representantes da Avabrum, MPT, TRT-MG e Defensoria Pública da União.

Parte significativa dos recursos já foram destinados a projetos de preservação da vida nas áreas de saúde e segurança alimentar. Hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa foram beneficiados com melhorias e aquisição de equipamentos. Além disso, foram liberados montantes para qualificação de trabalhadores, geração de emprego e renda, proteção de indígenas, idosos, e crianças, educação e preservação da memória. A destinação dos recursos reflete um esforço conjunto para mitigar os impactos das tragédias e promover a recuperação das comunidades afetadas.

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