O montante a ser destinado ao Rio Grande do Sul totaliza R$ 2,2 milhões. A decisão foi anunciada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum) nas redes sociais, na última segunda-feira. Desse valor, R$ 2 milhões serão divididos entre o governo do estado e o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, gerido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Os R$ 200 mil restantes serão doados à Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), que também está arrecadando recursos para apoiar as vítimas das inundações.
Os recursos provêm de um fundo criado a partir de um acordo para indenizar os parentes dos trabalhadores que perderam a vida na tragédia de Brumadinho. Além das vítimas fatais, incluindo bebês de mulheres grávidas, a maioria dos afetados era composta por empregados da Vale e empresas terceirizadas que prestavam serviços para a mineradora.
O acordo que originou o fundo estabeleceu os valores das indenizações individuais aos familiares das vítimas e encerrou uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho após o desastre. A Vale teve que destinar R$ 400 milhões para o fundo, cuja movimentação requer aprovação de um conselho gestor composto por representantes da Avabrum, MPT, TRT-MG e Defensoria Pública da União.
Parte significativa dos recursos já foram destinados a projetos de preservação da vida nas áreas de saúde e segurança alimentar. Hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa foram beneficiados com melhorias e aquisição de equipamentos. Além disso, foram liberados montantes para qualificação de trabalhadores, geração de emprego e renda, proteção de indígenas, idosos, e crianças, educação e preservação da memória. A destinação dos recursos reflete um esforço conjunto para mitigar os impactos das tragédias e promover a recuperação das comunidades afetadas.