A pesquisa conduzida pela FRA entrevistou mais de 100 mil pessoas LGBTQ em todos os 27 Estados-Membros da UE, além de Albânia, Macedônia do Norte e Sérvia. Os resultados revelaram que 14% dos entrevistados relataram ter sofrido agressão física ou sexual nos cinco anos anteriores à pesquisa, com as pessoas intersexuais sendo as mais afetadas. Esse número representa um aumento de três pontos percentuais em comparação com uma pesquisa similar realizada em 2019.
A diretora da FRA, Sirpa Rautio, comentou que os resultados são um “claro sinal de alarme”, destacando um paradoxo entre a crescente abertura das pessoas LGBTQ sobre sua orientação sexual e a persistência do assédio, bullying, crimes de ódio e níveis alarmantes de violência que elas enfrentam. Rautio ressaltou que muitas pessoas ainda evitam demonstrar afeto publicamente com seus parceiros por medo de ataques.
A pesquisa também apontou para a subnotificação dos incidentes de discriminação LGBTQ, evidenciando que muitos casos permanecem invisíveis. O relatório destacou ainda um aumento dramático no bullying escolar, com mais de dois em cada três entrevistados relatando terem sido vítimas de bullying, o que representa um aumento significativo em relação aos resultados de 2019.
Diante desse cenário preocupante, a FRA fez um apelo aos Estados-Membros para que abordem o risco de preconceito nos algoritmos e garantam a responsabilização das plataformas digitais de acordo com a legislação da UE. Essas medidas visam combater as campanhas de ódio e desinformação online direcionadas às pessoas LGBTQ e promover um ambiente mais seguro e inclusivo para a comunidade.