95,4% dos brasileiros têm consciência das mudanças climáticas, revela pesquisa do CGEE divulgada em Brasília

A pesquisa de opinião sobre percepção pública da ciência e tecnologia realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) revelou que a grande maioria da população brasileira (95,4%) está ciente das mudanças climáticas em curso. Apenas 3,5% dos entrevistados afirmaram não ter essa consciência, enquanto 1% preferiu não opinar sobre o assunto. Os resultados foram divulgados em Brasília nesta quarta-feira (15) pela associação civil sem fins lucrativos supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Os dados revelaram que, para 78,2% dos entrevistados, as alterações no clima são decorrentes da ação humana, confirmadas por diversos estudos científicos. No entanto, para 19,6%, as mudanças são naturais e não estão relacionadas à influência do homem. A percepção da gravidade das mudanças climáticas também foi abordada na pesquisa, mostrando que 60,5% dos entrevistados acreditam que o fenômeno representa um grave perigo para a população no Brasil.

A pesquisa, realizada entre novembro e dezembro do ano passado, ouviu 1.931 pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do país. Este foi o sexto levantamento sobre a percepção pública de ciência e tecnologia entre os brasileiros, com edições anteriores em 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019. Segundo os pesquisadores, não foram observadas mudanças significativas de interesse pelas temáticas abordadas ao longo das edições.

Ainda de acordo com a pesquisa, o interesse em ciência e tecnologia manteve-se em 60,3%, índice menor do que o registrado em temas como medicina e saúde (77,9%) e meio ambiente (76,2%). Apesar do interesse declarado, apenas 17,9% dos entrevistados disseram conhecer alguma instituição de pesquisa científica e 9,6% lembraram o nome de algum cientista brasileiro importante.

Diante da desinformação e da propagação de notícias falsas, a pesquisa revelou que 36,5% dos entrevistados admitiram já ter compartilhado informações não verídicas. Por outro lado, 61,8% afirmaram nunca compartilhar informações sem ter certeza da sua veracidade. Ainda segundo o relatório, 45,6% suspeitam da veracidade de informações provenientes de pessoas ou instituições das quais discordam.

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