França decreta estado de emergência em Nova Caledônia após protestos violentos e mortes; Exército é mobilizado para conter distúrbios.

A França decretou estado de emergência em Nova Caledônia, território no Pacífico, nesta quarta-feira (15), em resposta aos distúrbios que resultaram em quatro mortos e centenas de feridos. Os conflitos surgiram devido a uma reforma do censo eleitoral promovida pelo governo francês, que os líderes do povo indígena canaco alegam diluir sua influência nas instituições do território. Desde segunda-feira, o arquipélago tem sido palco de confrontos, incêndios, saques e tiroteios.

Na capital, Noumea, os tiros ainda eram ouvidos na manhã desta quinta-feira, após mais uma noite de distúrbios. Em meio a essa situação caótica, o presidente Emmanuel Macron decidiu impor o estado de emergência e enviar o Exército para os portos e o aeroporto de Nova Caledônia. Além disso, foi estabelecido um toque de recolher e proibido o uso do TikTok, plataforma que estaria sendo usada pelos tumultuadores.

As autoridades francesas informaram que quatro pessoas morreram, incluindo um gendarme de 22 anos, e centenas ficaram feridas, sendo 64 agentes de segurança. Cerca de 200 pessoas foram presas por distúrbios, o que evidencia a gravidade da situação. O governo também anunciou medidas para manter a ordem, como proibições de circulação, prisões domiciliares e buscas. Outras medidas restritivas incluem a proibição de reuniões públicas, porte de armas e venda de álcool no território.

A reforma do censo eleitoral, objeto de conflito, propõe incluir no processo eleitoral pessoas residentes há pelo menos dez anos na Nova Caledônia, o que é contestado pelos independentistas. Macron planeja convocar uma sessão para debater alternativas e buscar uma solução para a crise. Enquanto isso, manifestantes continuam a exigir a retirada das medidas que consideram prejudiciais aos povos originais do território.

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