Reforma eleitoral na Nova Caledônia causa tumultos e quatro mortos, levando Paris a declarar estado de emergência

A capital francesa, Paris, decretou estado de emergência no território da Nova Caledônia, após os tumultos resultantes de protestos contra uma reforma do censo eleitoral que culminaram na morte de quatro pessoas, incluindo um gendarme, e deixaram centenas de feridos. O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, tomou medidas enérgicas, proibindo a rede social Tik Tok e mobilizando militares para garantir a segurança dos portos e aeroportos locais.

Os acontecimentos que provocaram esses distúrbios tiveram início na segunda-feira, quando a Assembleia Nacional de França começou a debater uma reforma do censo eleitoral, que foi aprovada na madrugada de quarta-feira. Os protestos, que resultaram em feridos, incluindo agentes de segurança, ilustram a tensão gerada pela ampliação do censo eleitoral, que teria impacto significativo na representação política da população Kanak.

Após as manifestações violentas, o território impôs um toque de recolher, proibiu a realização de concentrações públicas, fechou escolas e o principal aeroporto local. No entanto, os problemas persistem, com incêndios e saques a estabelecimentos comerciais e públicos, o que levou o Alto Comissário a admitir a gravidade da situação.

Em meio aos desdobramentos, o presidente Emmanuel Macron pediu calma e condenou veementemente os distúrbios, que classificou como “indignos e inaceitáveis”. A situação é tão crítica que os partidos de oposição de direita solicitaram ao governo a decretação do estado de emergência.

Diante desse cenário complexo e tenso, a expectativa é que o processo parlamentar em Paris prossiga, mas a reforma constitucional proposta terá que ser submetida à votação das duas câmaras e obter mais de 60% de apoio para ser aprovada em definitivo. Macron já anunciou a convocação de uma sessão para discutir a questão até o final de junho.

Os conflitos na Nova Caledônia revelam um contexto político delicado e uma sociedade dividida, com o governo francês agindo de forma enérgica para restabelecer a ordem e a segurança no território. A situação permanece tensa e incerta, com desafios complexos pela frente.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo