Os acontecimentos que provocaram esses distúrbios tiveram início na segunda-feira, quando a Assembleia Nacional de França começou a debater uma reforma do censo eleitoral, que foi aprovada na madrugada de quarta-feira. Os protestos, que resultaram em feridos, incluindo agentes de segurança, ilustram a tensão gerada pela ampliação do censo eleitoral, que teria impacto significativo na representação política da população Kanak.
Após as manifestações violentas, o território impôs um toque de recolher, proibiu a realização de concentrações públicas, fechou escolas e o principal aeroporto local. No entanto, os problemas persistem, com incêndios e saques a estabelecimentos comerciais e públicos, o que levou o Alto Comissário a admitir a gravidade da situação.
Em meio aos desdobramentos, o presidente Emmanuel Macron pediu calma e condenou veementemente os distúrbios, que classificou como “indignos e inaceitáveis”. A situação é tão crítica que os partidos de oposição de direita solicitaram ao governo a decretação do estado de emergência.
Diante desse cenário complexo e tenso, a expectativa é que o processo parlamentar em Paris prossiga, mas a reforma constitucional proposta terá que ser submetida à votação das duas câmaras e obter mais de 60% de apoio para ser aprovada em definitivo. Macron já anunciou a convocação de uma sessão para discutir a questão até o final de junho.
Os conflitos na Nova Caledônia revelam um contexto político delicado e uma sociedade dividida, com o governo francês agindo de forma enérgica para restabelecer a ordem e a segurança no território. A situação permanece tensa e incerta, com desafios complexos pela frente.