Segundo o geólogo Rualdo Menegat, professor da UFRGS, as políticas de planejamento urbano e econômico no estado favoreceram a especulação imobiliária em áreas vulneráveis a inundações. Ele destaca que a desorganização do território e a falta de estrutura de proteção contribuíram para agravar a tragédia. Além disso, o desmatamento de vegetação nativa para fins imobiliários dificultou o escoamento da água da chuva.
Já o professor Paulo Canedo da Coppe/UFRJ afirma que o desenvolvimento econômico e social sem medidas preventivas adequadas favorece as inundações. Ele ressalta que a chuva intensa foi um fator determinante, mas as atividades econômicas mal planejadas contribuíram para a situação.
Em relação à agricultura, o geólogo Rualdo Menegat aponta que o plantio de soja em regiões próximas a arroios destruiu a mata auxiliar e os banhados, prejudicando o escoamento da água. Por outro lado, o agrônomo Fernando Setembrino Meirelles discorda desse ponto de vista, alegando que o impacto das chuvas foi mais relevante do que a influência das atividades agrícolas.
No que diz respeito aos sistemas de contenção de águas, houve consenso entre os especialistas de que houve falhas na estrutura de proteção em Porto Alegre. A falta de manutenção dos sistemas de contenção foi apontada como um dos motivos para as inundações.
Para evitar tragédias futuras, os especialistas enfatizam a importância de uma Defesa Civil eficiente, treinamento adequado da população e investimento em estruturas de prevenção. Apesar das divergências, todos concordam que é fundamental repensar as políticas de ocupação do território e adotar medidas para lidar com eventos climáticos extremos.