A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, não poupou palavras ao qualificar a aprovação da lei como vergonhosa e lamentável. Ela ressaltou que ainda há muito trabalho a ser feito no combate às mudanças climáticas e lamentou a existência de negacionistas climáticos.
A lei, assinada pelo governador Republicano Ron DeSantis, entra em vigor no dia 1º de julho e praticamente anula a necessidade de considerar as mudanças climáticas nas políticas do governo local. O texto remove a frase que destacava a importância da redução das emissões de gases de efeito estufa no combate às mudanças climáticas.
Dessa forma, a legislação restringe a adoção de energias limpas, proibindo a instalação de turbinas eólicas nas águas do estado e retirando as restrições à construção de gasodutos. Ron DeSantis comemorou a medida afirmando que estavam restabelecendo a sanidade na abordagem energética do estado e repelindo a agenda dos fanáticos verdes radicais.
A reação dos democratas foi imediata, com parlamentares como Frederica Wilson destacando que a mudança climática é um fato inquestionável, não sujeito a debate. O Florida Climate Center apontou que o estado é um dos mais expostos às consequências do aquecimento global nos EUA, devido ao aumento do nível do mar e às ondas de calor.
A diretora-executiva do instituto Cleo, Yoca Arditi-Rocha, alertou que a população da Flórida está na linha de frente das mudanças climáticas, com aumento do nível do mar, calor extremo e impactos na economia local. Ela destacou que a decisão do governador e da legislatura do estado visa proteger os interesses da indústria de combustíveis fósseis, em detrimento da segurança e bem-estar dos cidadãos locais.
Em meio a essa controvérsia, os habitantes da Flórida seguem enfrentando os desafios das mudanças climáticas, enquanto a luta pelo equilíbrio ambiental e econômico continua sendo tema de acalorado debate no cenário político e social dos Estados Unidos.