Estudo revela medo de denúncias por LGBTfobia no Rio de Janeiro: Polícia Civil busca melhorar atendimento para incentivar vítimas

Uma pesquisa realizada com um grupo LGBTQIA+ na cidade do Rio de Janeiro revelou dados preocupantes sobre a violência enfrentada por essa comunidade. De acordo com o estudo conduzido pelo grupo Pela Vidda, a maioria dos entrevistados relatou ter sofrido algum tipo de violência, sendo as ocorrências mais recorrentes de homofobia, violência psicológica e assédio e/ou importunação sexual.

Um dos aspectos mais alarmantes da pesquisa foi a relutância de muitas pessoas em denunciar os crimes à polícia. Segundo os dados, cerca de 29,3% dos entrevistados consideraram muito improvável recorrer à polícia em casos de LGBTfobia, enquanto apenas 25% afirmaram ser muito provável fazer a denúncia. Além disso, a maioria dos entrevistados avaliou que o efetivo policial não está adequadamente preparado para atender a população LGBTQIA+, com 65% considerando o preparo como “muito pouco”.

Outro ponto destacado foi a falta de seriedade no tratamento dispensado pelas autoridades policiais às denúncias de LGBTfobia. Segundo a pesquisa, 61,7% dos entrevistados acreditam que os policiais não levam as denúncias a sério, o que demonstra a necessidade de uma mudança na abordagem das instituições responsáveis pela segurança pública.

A discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ é considerada crime no Brasil, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal equiparando a LGBTfobia ao crime de racismo. No entanto, a pesquisa aponta que apenas 48,6% dos casos de LGBTfobia registrados nos últimos quatro anos foram encaminhados para investigação, revelando uma lacuna na efetivação da legislação.

Diante desse cenário, o grupo Pela Vidda apresentará os resultados da pesquisa à Polícia Civil do Rio de Janeiro, buscando sensibilizar as autoridades e promover melhorias no atendimento às vítimas de LGBTfobia. A Polícia Civil já está implementando medidas para aprimorar a atuação dos policiais, incluindo a revisão de protocolos e procedimentos, além de capacitação específica para lidar com questões relacionadas à diversidade sexual e de gênero.

Ações como a criação de grupos de trabalho e a realização de jornadas formativas são essenciais para combater a LGBTfobia e garantir o respeito aos direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É fundamental que a sociedade e as instituições públicas trabalhem em conjunto para promover um ambiente mais inclusivo e seguro para a comunidade LGBTQIA+.

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