Lideranças quilombolas cobram governo por titulação dos territórios em encontro Aquilombar 2024 em Brasília

LIDERANÇAS QUILOMBOLAS COBRAM AGILIDADE NA TITULAÇÃO DE TERRITÓRIOS

Brasília sediou o encontro Aquilombar 2024, onde lideranças quilombolas se reuniram para cobrar do governo federal maior agilidade no processo de titulação dos territórios das comunidades negras rurais. Embora reconheçam alguns avanços na pauta do movimento durante o atual governo, as lideranças destacaram que o processo de titulação dos territórios ainda está em estágio inicial.

De acordo com o coordenador executivo da Articulação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Biko Rodrigues, o governo pegou um país devastado e agora, em 2024, esperava-se mais avanços nessa questão. O Aquilombar 2024 recebeu mais de 1.000 pessoas de diversos estados, destacando a importância do tema “Ancestralizando o Futuro”.

Durante o evento, houve uma marcha na Esplanada dos Ministérios e a entrega de uma carta com as reivindicações do movimento ao governo federal. A liderança quilombola defendeu que a demarcação dos quilombos é fundamental para a preservação do meio ambiente, destacando o papel dessas comunidades na proteção da biodiversidade.

Uma das principais demandas do movimento é a titulação das terras, visto que as terras quilombolas são mais preservadas do que outros territórios. No entanto, o orçamento destinado a esse fim ainda é limitado, o que dificulta o processo de regularização dos territórios.

Os representantes do governo presentes no evento prometeram anunciar novas titulações em breve, reafirmando o compromisso com as demandas das comunidades quilombolas. No entanto, as lideranças ressaltaram a urgência dessas ações, considerando a demora histórica para a efetivação das titulações.

Além da questão da titulação das terras, as lideranças quilombolas também destacaram a violência sofrida pelas comunidades, com um elevado número de lideranças assassinadas. O diálogo com o Congresso Nacional e a falta de serviços públicos nas áreas rurais também foram apontados como desafios a serem enfrentados.

A juventude quilombola também marcou presença no evento, reconhecendo a importância de manter viva a cultura ancestral e a luta pela titulação das terras. As dificuldades enfrentadas pela juventude, como a falta de serviços públicos e a migração para as cidades, foram destacadas como obstáculos a serem superados.

Diante de tantos desafios, as lideranças quilombolas reiteraram a importância da efetivação das ações necessárias para garantir os direitos das comunidades negras rurais e preservar a história e a cultura quilombola no Brasil. A luta continua para que a titulação dos territórios seja uma realidade para todas as comunidades quilombolas do país.

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