A paciente não tinha histórico médico ou cirúrgico relevante e, por isso, sua condição surpreendeu a equipe médica que a atendeu no pronto-socorro. Os exames de sangue revelaram níveis elevados de proteínas inflamatórias, indicando danos ao fígado. Após exames de imagem, os médicos identificaram não apenas a presença do verme, mas também um cisto e uma ruptura no ducto biliar.
O parasita responsável pelo dano ao fígado da paciente foi identificado como Echinococcus granulosus, uma tênia que pode atingir de dois a sete milímetros de comprimento. Esse tipo de infecção é conhecido como doença hidática ou equinococose cística e é mais comum em áreas rurais, onde animais como ovelhas, bovinos, caprinos, porcos e cães podem transmitir o parasita para os humanos.
Após uma cirurgia para remoção do cisto e drenagem do excesso de bile, a paciente ficou internada por 15 dias, recebendo cuidados médicos e antibióticos. Seu caso foi destacado na revista médica americana como forma de alertar a população sobre os riscos dessa infecção, muitas vezes apelidada de “assassina silenciosa”.
A doença hidática, embora rara na América do Norte, representa um sério problema de saúde pública em várias regiões do mundo, incluindo África, Europa, Ásia, Oriente Médio e América Central e do Sul. Estima-se que milhares de pessoas sejam infectadas por essa condição, com altas taxas de mortalidade se não forem devidamente tratadas. Um caso semelhante envolvendo o candidato à presidência dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., trouxe ainda mais atenção para essa doença parasitária e os riscos que ela representa para a saúde humana.