Próximo governo do Panamá descarta muro em Darién, mas irá deportar migrantes rumo aos Estados Unidos, afirma ministro da Segurança

O novo governo do Panamá descartou a possibilidade de construir um muro na selva de Darién, na fronteira com a Colômbia, para conter a chegada de migrantes rumo aos Estados Unidos. No entanto, o ministro da Segurança escolhido, Frank Ábrego, afirmou que irá adotar medidas de deportação para lidar com a questão migratória.

Durante a apresentação do gabinete ministerial do presidente eleito, José Raúl Mulino, Ábrego se posicionou contra a ideia de construir um muro ao longo da fronteira. Segundo ele, seria impossível implementar uma medida tão extrema. No entanto, o governo planeja estabelecer pontos de controle para deter e deportar os migrantes ilegais que entrarem no país.

José Raúl Mulino, que assume o cargo em 1º de julho, havia prometido deportar os migrantes que atravessassem Darién durante sua campanha eleitoral. O Estreito de Darién se tornou nos últimos anos um corredor para os migrantes que buscam chegar aos Estados Unidos a partir da América do Sul, enfrentando riscos como animais selvagens, rios caudalosos e grupos criminosos.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou um aumento no número de crianças migrantes que cruzaram Darién nos primeiros quatro meses de 2024. Cerca de 30.000 crianças já atravessaram a selva neste período, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Com base nesse ritmo, o Unicef estima que cerca de 800.000 pessoas, incluindo 160.000 crianças, podem passar pela selva panamenha neste ano.

O novo governo panamenho busca cooperação internacional para lidar com a situação dos migrantes, respeitando os direitos humanos e promovendo a repatriação dos que atravessaram a fronteira de forma ilegal. As medidas anunciadas indicam uma abordagem mais humanitária e eficaz para a questão migratória na região.

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