Sistema de proteção de Porto Alegre falha diante do pior desastre natural da história do estado, afirma especialista em drenagem urbana

A cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil, foi duramente afetada pelas enchentes que assolaram a região. Um sistema de proteção construído ao longo do lago Guaíba, que deveria garantir segurança para 40% da cidade, foi considerado insuficiente pelo engenheiro Leomar Teichmann, especialista em drenagem urbana.

Teichmann, consultor de engenharia e ex-diretor adjunto do serviço de água e esgoto da capital do Rio Grande do Sul, com uma população de 1,4 milhão de habitantes, apontou que o desastre natural que atingiu a região resultou em mais de 150 mortes, além de uma grande quantidade de desaparecidos e desabrigados.

O sistema de proteção de Porto Alegre foi projetado e construído na década de 1970, após uma inundação em 1967. Composto por diques, muros de concreto, comportas e estações de bombeamento, o dispositivo nunca havia sido testado na prática até novembro de 2023. A falha de um dos portões levou à inundação rápida de várias regiões da cidade, causando a interrupção do funcionamento das estações de bombeamento e resultando em um cenário catastrófico.

Segundo Teichmann, o sistema de proteção de Porto Alegre dava à população uma falsa sensação de segurança, pois não era capaz de conter a água em caso de falha. Ele alertou também para o fato de que outras cidades da região, como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, possuem sistemas semelhantes, que se mostraram ineficazes diante do aumento do nível da água.

As consequências das falhas no sistema de proteção foram devastadoras, com a água invadindo rapidamente áreas urbanizadas e causando tragédias maiores do que se o sistema não existisse. A ineficácia e a obsolescência deste tipo de sistema de defesa contra inundações se tornaram evidentes diante do colapso em Porto Alegre e em outras cidades da região. O desafio agora é buscar soluções mais robustas e eficientes para proteger as populações vulneráveis diante de eventos climáticos extremos.

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