Vale conclui descaracterização da barragem de Macacos: Estrutura já não é mais considerada uma ameaça às comunidades e ao meio ambiente

A mineradora Vale anunciou a conclusão do processo de descaracterização da barragem B3/B4, localizada no município de Nova Lima, em Minas Gerais. Esta estrutura havia sido classificada com o mais alto nível de emergência em 2019, o que levou cerca de 300 moradores do distrito de São Sebastião de Águas Claras, popularmente conhecido como Macacos, a deixarem suas residências por conta do risco de rompimento.

O comunicado ao mercado divulgado pela Vale na última segunda-feira (13) informou que a estrutura já não é mais considerada como uma barragem. A empresa garantiu que a mesma está agora livre de qualquer risco para as comunidades locais e o meio ambiente. Além disso, a Vale irá realizar intervenções no terreno, como a implantação de um sistema de drenagem e revegetação, além da remoção de um muro preventivo que bloqueava a passagem dos rejeitos em caso de ruptura.

A eliminação de todas as barragens construídas através do método de alteamento a montante tornou-se uma exigência legal após a tragédia ocorrida em Brumadinho, também em Minas Gerais, no ano de 2019. Naquela ocasião, uma estrutura da Vale se rompeu, resultando em 270 mortes e sérios danos ambientais. Antes disso, em 2015, um desastre semelhante já havia afetado várias cidades ao longo da bacia do Rio Doce, com a ruptura de uma barragem da mineradora Samarco em Mariana.

A legislação estadual conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais determinou um prazo de três anos para a eliminação de tais estruturas. As mineradoras não cumpriram essa exigência, resultando em acordos com o Ministério Público de Minas Gerais para o pagamento de compensações. A Vale, que tinha 30 barragens a serem descaracterizadas, arcou com um valor de R$ 236 milhões.

Atualmente, 14 barragens já foram descaracterizadas pela Vale, com previsão de conclusão de 70% do programa até o final de 2026. A mineradora espera finalizar todas as ações até 2035. Macacos, localidade turística próxima a Belo Horizonte, foi uma das regiões afetadas pelas evacuações após a tragédia de Brumadinho, impactando o setor de turismo e a economia local. Ainda assim, um acordo reparatório foi firmado entre a Vale e autoridades locais para reparar os danos causados e apoiar a comunidade afetada.

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