Comunidade LGBTQIA+ exige criação de lei de identidade de gênero em El Salvador para acabar com a discriminação.

As organizações da comunidade LGBTQIA+ em El Salvador estão demandando a criação de uma lei de identidade de gênero que lhes garanta o direito de ter um nome digno, como forma de combater a discriminação. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta última sexta-feira (17), Aranza Santos, representante do Coletivo Alejandria, destacou a importância do acesso a um nome condizente com a identidade de gênero de cada pessoa, ressaltando a necessidade de uma legislação que proteja esse direito fundamental.

Segundo Santos, os membros da comunidade LGBTQIA+ sofrem discriminação de forma sistemática em diversos setores, como hospitais, entidades estatais, bancos e universidades. Ela destacou que a imposição de nomes que não correspondem à identidade de gênero das pessoas é uma prática discriminatória que precisa ser combatida.

É válido lembrar que, em 2018, várias organizações apresentaram uma proposta de lei de identidade de gênero à Assembleia Legislativa de El Salvador, no entanto, a proposta foi rejeitada. No ano de 2021, uma nova proposta foi submetida, mas acabou sendo engavetada sem sequer passar por debate entre os legisladores, o que evidencia a resistência à mudança e à garantia dos direitos da comunidade LGBTQIA+.

Grecia Villalobos, da organização Comcavis Trans, enfatizou que a comunidade LGBTQIA+ não pode mais tolerar a discriminação em um país que é marcado por machismo, misoginia e homofobia. Ela ressaltou a importância de continuarem lutando por seus direitos, principalmente o direito de ter um nome que represente sua identidade.

Verónica López, da organização Diké LGBTQIA+, criticou a decisão do governo de Nayib Bukele de retirar a abordagem de gênero dos programas escolares, apontando que essa atitude contribui para a exclusão e discriminação da comunidade. Ela destacou a necessidade de resistir e lutar contra todas as formas de discriminação na sociedade.

No cenário político, a retirada da perspectiva de gênero dos programas escolares pelo ministro da Educação gerou controvérsias, sendo criticada por organizações de direitos humanos e apoiada por grupos conservadores. Essa medida ilustra os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ em El Salvador e reforça a importância da criação de uma lei de identidade de gênero como meio de garantir seus direitos e combater a discriminação.

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