Grande ato na Avenida Paulista antecipa Dia Internacional da Luta Antimanicomial em São Paulo com marcha e abraço coletivo.

Na última sexta-feira (17), um grande ato realizado na movimentada Avenida Paulista, em São Paulo, antecipou as comemorações do Dia Internacional da Luta Antimanicomial, que seria celebrado no dia seguinte, sábado (18). O evento teve início com uma roda de conversa em frente ao renomado Museu de Arte de São Paulo (MASP) e culminou com uma marcante marcha pela avenida e um abraço coletivo em frente ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da rua Itapeva.

Organizado pela Frente Estadual Antimanicomial, o ato tinha como principal objetivo defender a necessidade de uma reforma psiquiátrica, reforçando o fim dos manicômios e dos investimentos públicos em comunidades terapêuticas. Além disso, a Frente defende o fortalecimento e a ampliação das redes territoriais de Atenção Psicossocial Antimanicomial.

Em uma entrevista à Agência Brasil, Ed Otsuka, coordenador geral da organização Sã Consciência e membro da Frente, explicou a importância do ato em prol da conscientização sobre a Luta Antimanicomial. Ele afirmou que o movimento nasceu nos anos 70, questionando as formas de cuidado das pessoas em sofrimento psíquico e buscando acabar com práticas antiquadas de segregação.

Durante o evento, Otsuka ressaltou a relevância da luta antimanicomial em meio a retrocessos e políticas retrógradas que ainda persistem em algumas esferas governamentais. Ele alertou sobre projetos de lei que violam os direitos das pessoas em sofrimento psíquico e desviam recursos públicos para entidades privadas, como as comunidades terapêuticas, que podem ser consideradas atualmente uma forma de manicômio. O coordenador enfatizou que essas políticas prejudicam a capacidade da sociedade de lidar com a diversidade e reforçam a segregação.

Com a presença de diversos ativistas e apoiadores da causa, o ato na Avenida Paulista se mostrou como um momento de resistência e união em prol dos direitos das pessoas em sofrimento psíquico, reforçando a importância da Atenção Psicossocial Antimanicomial e a necessidade de políticas públicas mais eficazes nesse sentido.

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