Ao falar sobre o assunto, o presidente socialista destacou que a Espanha está coordenando seus esforços com outros países, visando a um reconhecimento conjunto. A princípio, estava previsto que Espanha, Irlanda e Eslovênia anunciassem simultaneamente o reconhecimento da Palestina na terça-feira, dia 21, conforme revelado pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
No entanto, Sánchez não confirmou com quais países a Espanha está negociando nesse sentido. Vale ressaltar que, em março, Espanha, Irlanda, Eslovênia e Malta, todos membros da União Europeia, já haviam se manifestado sobre a possibilidade de reconhecer o Estado palestino, desde que isso contribuísse positivamente para a resolução do conflito com Israel.
O reconhecimento da Palestina pelo governo espanhol ocorrerá por meio de um decreto que deverá ser aprovado no Conselho de Ministros, o qual acontece às terças-feiras. Além disso, Sánchez pretende abordar o tema perante o Congresso dos Deputados na próxima quarta-feira, procurando esclarecer a data efetiva em que será realizado o reconhecimento.
Ao ser questionado sobre a situação atual na Faixa de Gaza, Sánchez manifestou sérias dúvidas em relação ao respeito aos direitos humanos por parte de Israel. Ele ressaltou as preocupações com a morte indiscriminada de civis e a destruição sem precedentes em Gaza, sem, no entanto, usar o termo “genocídio”.
A postura crítica da Espanha em relação às operações militares de Israel em Gaza após o ataque do Hamas no ano passado já havia gerado atritos com o governo israelense. Inclusive, Israel chegou a chamar seu embaixador em Madri para consultas em resposta às críticas espanholas.
Diante desse contexto, a próxima quarta-feira pode representar um marco nas relações diplomáticas da Espanha com Israel e a Palestina, reforçando o compromisso do país com a busca por soluções pacíficas e justas para o conflito na região.